É na sala de aula que muitos conflitos emergem. Às vezes os educadores ficam de pés e mãos atados por não saberem como agir diante de coisas que nossa formação acadêmica não consegue dar conta. Para os que creem, resta rezar e pedir a Deus sabedoria para conduzir conflitos e tocar o barco em frente. A escola do massacre no Rio de Janeiro foi palco da mais terrível das violências, daquelas que imaginamos sempre distantes e que tomamos conhecimento nos noticiários de tv. Desta vez, a violência foi bem perto e abalou a cada um de nós, por isso, estamos procurando explicações. Vidas jovens de alguns anos e muitos sonhos se foram em instantes de terror e violência extrema. Procuraremos justificativas por muito tempo e é preciso que elas apareçam para de certa forma nos confortar, para que tracemos estratégias, repensemos nosso papel frente à sociedade. Alguns tentam justificar dizendo que a segurança nas escolas públicas é falha, outros dizem ainda que o apego exagerado à internet e a determinadas religiões fabricou um assassino, há também os que apontam o fato de o assassino ter sido adotado como fator relevante, e portanto pode explicar a ação. Não podemos ser levianos. Não sabemos exatamente por quê aconteceu, mas precisamos de explicações. A sociedade vai cobrar uma resposta, mas precisamos ir além disso, precisamos de meios que minimizem esses acontecimentos e tornem nossas vidas menos inseguras. Agora, diante do que está feito, nos resta rezar pelas famílias que também são vítimas da violência física – sofrida por suas crianças – e da violência psicológica ainda atuante nas lembranças dos familiares e sobreviventes. Eu não sei exatamente o profissional que ameniza essa dor. Os médicos prescrevem medicamentos que acabam ou diminuem a dor física apenas, mas isso não resolverá o impacto do que aconteceu. Como cristã, eu acredito que só Deus pode dar o conforto necessário ao lar de cada vítima, para isso, usará de nós, seus instrumentos. Os catequistas desta região e de todo o Brasil certamente estão pensando em como contribuir. Eu sugiro que durante nossos encontros de Catequese façamos um momento de reflexão, de silêncio interior e de orações pelas famílias das vítimas. Que Deus em seu infinito amor e misericórdia consiga iluminar a Igreja local e que esta seja presente, levando a palavra e o conforto provindos do coração Dele. Nós que geograficamente estamos longe, não nos esqueçamos de nossas responsabilidades e da importância da evangelização que promove e defende a vida acima de tudo, não importa onde os fatos aconteçam. Entristecida, Clécia Ribeiro (catequese.caminhando@gmail.com) Catequista da Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro Publicado originalmente no Site Fé Católica | |||
sábado, 16 de abril de 2011
Alguns anos e muitos sonhos mortos
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